Curso Audiovisual 2009 - CUFA Cidade de Deus

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rafael Dragaud: o homem audiovisual


A pouca informação sobre Rafael Dragaud na internet não corresponde aos seus anos de profissão, nem a quantidade de trabalhos realizados por esse roteirista. Talvez ele faça parte daquele grupo de introspectivos e discretos, conscientes e concentrados em seu trabalho que, segundo Jorge Durán, caracteriza um bom roteirista, ou simplesmente não atentaram para a importância do roteiro para uma produção audiovisual, mas o fato é que Dragaud tem 14 anos de carreira, nove anos de CUFA e dez anos de prêmio Hutuz.

O envolvimento com ações sociais culminou no programa Conexões Urbanas, transmitidos pelo canal ‘Multishow’, qual dirige. Para ele, este é um dos trabalhos que mais gosta.

“Gosto muito do Conexões Urbanas, por reunir o audiovisual com o social. Nunca pensei que conseguiria juntar as duas coisas de maneira tão especial”, afirmou o roteirista que tem um currículo que vai de Faustão, passando pelo especial do Roberto Carlos, até filmes como Primo Basílio e Nenhum motivo explica a guerra, do qual foi diretor.

A variedade de trabalho, segundo o próprio Dragaud, não é intencional, apenas demonstra que ele aproveita as oportunidades que surgem. Já no que se refere a maneira de escrever para meios diversos, no caso televisão e cinema,o timing e o público é o que demarca a diferença na hora de elaborar o roteiro.

“A audiência de cinema é mais aberta, tem-se mais liberdade, por ser um público menos heterogêneo. Quando se escreve para a televisão fala-se para toda a família, além de ter um poder de alcance muito maior que o cinema”, explicou o roteirista, que continuou, “eu tenho dificuldade em passar três anos fazendo um filme, por ser um processo demorado principalmente pela dificuldade de conseguir apoio, apesar de me dar a oportunidade de fazer algo mais trabalhado. Eu tenho o timing da televisão”.

Outra diferença ressaltada, entre os dois meios, é a maneira de lidar com o erro. A velocidade de transmissão de informação da televisão faz com que erro passe tão rápido quanto o erro; o que não acontece no cinema, onde o erro será lembrado e revisto eternamente.

CUFA

A seleção do roteiro Arroz com feijão, feito por alunos da CUFA, para integrar o filme Cinco vezes favela, não é uma realidade constante do curso, e de acordo com Rafael Dragaud nem é esse seu objetivo. Mais do que preparar pessoas para entrar no mercado, a intenção é fazer com que as pessoas entendam melhor aquilo que estão consumindo.

“É possível que muita gente que passe por aqui entre no mercado, mas o objetivo maior é abrir a mente das pessoas, abrir diálogos, possibilidades de discussão”, explicou.


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